quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cegos papelistas



Vem de muito longe a memória dos cegos papelistas que, por mercados, feiras e romarias
e também pelas aldeias, como era o caso do Terrenho.   
Apregoavam casos estranhos,como por exemplo :
A mãe que matou os três filhos à machadada; a costureira que descobriu que o noivo a enganava e se matou no dia do 

casamento; a Maria da Graça que foi enganada pelo Manuel
Celestino e atirou o filho recém-nascido para o telhado; o coveiro de Pínzio que desenterrava os mortos para lhes tirar a roupa; sucessos inauditos e relatos noticiosos, às vezes prognósticos e adivinhações.

 Aqui podem ver uma copia desses panfletos.
 Se não consegue ler, clique 2 vezes na imagem e uma vez quando aparece

 
 Mesmo estas coisas precisavam do carimbo " Visado pela censura"


FONTE:http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/
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No tempo em que passavam pelo Terrenho " os mais velhos ainda se lembram" essas pessoas traziam os filhos com eles, que, de tantas vezes passarem pela aldeia,  chegavam a criar laços de amizade com as crianças da terra que adoravam aprender com eles as cantigas em pré-estreia.

 

1 comentário:

Jorge Carvalheira disse...

Estes trabalhos de trazer aos nossos olhos tempos e gestos há muito esquecidos, são motivo de muita gratidão aos autores do blogue.
Mais do que nós, apressados, imaginamos.
Da minha lembrança pessoal, a única memória que guardo destes folhetos de cordel do ceguinho, (há tantos anos que já nem os sei contar), é de os ver a cantar em Trancoso, debaixo dum freixo grande. Os folhetos eram amarelos.